No artigo da última segunda-feira, escrevi sobre a primeira parte das tendências de comportamento/consumo que podem servir como base para a criação e o desenvolvimento de novos negócios nos próximos anos. Mobilidade humana, educação, trabalho, saúde e saúde mental, e alimentação são temas que geram discussões sociais e que continuarão servindo de pauta. Dessa forma, não podem ser esquecidos e devem ser revisitados continuamente.
Entretenimento e Cultura, Criptoativos, ESG (Environmental, Social and Governance Corporate), Jornalismo e Mídia e Ética e Jornalismo, serão os temas apresentados nessa segunda parte. Entender essas tendências e incorporá-las às discussões nos ambientes profissionais e sociais proporcionarão um melhor entendimento da dinâmica de negócios mundial. São discussões além fronteiras que, de uma forma ou de outra, acabam interligando os povos, as nações.
- Entretenimento e Cultura: a forma como consumimos cultura e lazer também mudou. Novas tecnologias foram e estão sendo incorporadas também nessas áreas. O boom das lives durante o período mais crítico da pandemia de Covid é o exemplo mais próximo dessa transformação. A utilização de games e a criação de universos paralelos (metaverso) promoverão ainda mais a interação e a conexão dos participantes de eventos, que continuarão a ser híbridos.
- Criptoativos: a grande revolução digital também engloba o universo econômico e financeiro. Um criptoativo é um ativo que tem uma utilidade específica em determinada plataforma. São parte dos criptoativos as criptomoedas, os stablecoins, os tokens, as plataformas, os protocolos e os blockchains. Além disso, a DeFi (Decentralized Finance) que busca retirar os intermediários das transações financeiras, tanto bancos quanto as corretoras de criptomoedas, promete revolucionar esse mercado.
- ESG (Environmental, Social and Governance Corporate): engajar as empresas/organizações nas grandes pautas sociais, ambientais, de trabalho, direitos humanos e anticorrupção. Esse tema é abordado desde 2004, em uma iniciativa da Organização das Nações Unidas, no Pacto Global. Pautas como diversidade, equidade e inclusão, reparação histórica e emergência climática, ganham cada vez mais espaço de discussão dentro das empresas/organizações.
- Jornalismo e Mídia: a grande transformação da área de comunicação está na inserção das novas tecnologias e em como elas dinamizaram o acesso a informação. Qualquer pessoa, em qualquer lugar com acesso à internet pode se comunicar com o mundo, em tempo real. Essa realidade tanto colabora quanto atrapalha. Ao mesmo tempo em que temos informações ao vivo sobre a Guerra Rússia-Ucrânia, várias pessoas postam fake news sobre o que acontece por lá. Percebe-se nesse contexto, a importância de uma imprensa cada vez mais capacitada, valorizada e livre para informar os desmandes de uma parte da sociedade que ainda não se antenou de que o mundo está mudando.
- Ética e Tecnologia: a velocidade do avanço da tecnologia não está sendo acompanhada pelos discursos éticos e jurídicos, isso é fato. Estamos trocando os pneus com o carro em movimento (desculpem a comparação!). Esse é um exemplo claro da tendência que virou pendência. Ainda estão em discussão assuntos como a regulamentação na inteligência artificial, a privacidade dos dados dos usuários, a segurança cibernética. Em pouco tempo, estaremos convivendo com robôs e as legislações ao redor do mundo precisarão estar adequadas a esse novo tipo de relação social. Esse é só um dos pontos a se discutir.
Tendências surgem a todo momento, em qualquer lugar. Elas se originam de comportamentos sociais a partir das necessidades humanas. Como mencionei no artigo anterior, os profissionais de marketing precisam estar atentos a essa nova realidade, sem preconceitos ou julgamentos. Quatro forças tendem a impulsionar o desenvolvimento da sociedade: tecnologia, economia, emoções do consumidor e a forma como vivemos em grupos.
Acompanhar o movimento dessas forças e relacioná-las às tendências discutidas nesses dois artigos, promoverão um maior entendimento do cenário atual e facilitarão os gestores a tomarem decisões de maior impacto e de maior geração de riqueza. Então, quem vem?