Marketing

AINDA SOBRE PROPÓSITO E MARCA PESSOAL

Há alguns dias, participei de um painel sobre Propósito e Marca Pessoal. Contribuí contando um pouquinho da minha trajetória profissional e de como sempre trabalhei a minha marca, mesmo sendo empregada/executiva. Esse artigo é uma parte teórica conceitual do que falei naquele momento. É importante que as pessoas saibam que a teoria é uma parte importante da prática. Na minha trajetória, algumas decisões foram tomadas com base no feeling, no instinto, e outras foram tomadas com embasamento técnico, científico. Em ambos os casos, tive erros e acertos.

Então, o que é propósito e o que é marca pessoal?

No prefácio à edição brasileira do livro Propósito – porque ele engaja colaboradores, constrói marcas fortes e empresas poderosas, Jaime Troiano conceitua o termo da seguinte forma: “Propósito não é um gimmick publicitário, não é uma frase de efeito, não é algo criado de dentro para fora. Muito ao contrário disso, ele é uma ideia, um sentimento, uma essência que está presente na alma da organização, no sonho de seus fundadores e dirigentes”.

Na minha opinião, esse termo serve também para pessoas físicas, para pessoas que gerenciam suas carreiras como um negócio, e isso é ótimo. Com dezoito anos, participei de um processo seletivo para trabalhar na área de marketing da empresa onde era funcionária. Não fui aprovada porque não tinha perfil para a área. Anos depois, estruturei e dirigi o departamento de marketing de uma empresa com atuação nacional e internacional. Hoje, atuo como consultora e mentora de lideranças em marketing.

No momento em que recebi a negativa da supervisora de RH da empresa, pensei comigo: eu quero trabalhar nessa área e o meu trabalho será relevante. Se não for aqui, será em outra empresa. Se você pensa que eu não mereço a oportunidade, outra pessoa me dará. Posso levar anos, mas vou provar a mim mesma que você está errada. A partir daí, ninguém mais me segurou.

E por que deu certo? Porque era um sentimento, porque eu coloquei energia nesse sentimento. Eu decidi naquele momento, que o meu propósito era ser a melhor profissional de marketing que eu pudesse ser. Ninguém me falou aquilo, nenhum publicitário definiu, não teve slogan… foi simplesmente um desejo da alma, acolhido pelo coração. Foi um longo caminho até chegar aonde eu imaginei, e posso garantir que conquistei muito mais do que aquela adolescente sonhou.

E como a marca pessoal se insere nesse contexto? Gosto do conceito atribuído a Jeff Bezos, fundador da Amazon, “marca pessoal é o que os outros dizem sobre você quando você não está presente”.  Ela é composta por design, valores e presença física. No design, estão inseridos os elementos visuais que compõem o indivíduo como modo de se vestir, logomarcas, logotipos. Os valores são o que realmente distinguem uma marca pessoal da organizacional, pois eles sinalizam a forma como você é, e como interage com o mundo. A presença física é a forma como você se porta, fala, transmite sua mensagem.

E como esses dois temas se conectam?

Quem tem um propósito precisa alinhar sua marca pessoal a ele.  As pessoas precisam reconhecer o seu propósito por meio da sua aparência, de suas atitudes e valores e pela maneira como você o transmite. E detalhe importante: não há estratégia de branding que resista a um propósito fake. Em tempos de internet e redes sociais, não há como segurar uma aparência para gerar audiência. Simples assim. E isso vale para todo mundo.

Quando uma pessoa transmite o seu propósito de forma coerente e clara, a tendência dela atrair outras pessoas e organizações com propósitos semelhantes, é gigante. Nesse mundo hiperconectado e altamente digitalizado, conexões são feitas instantaneamente. Persistência e coerência são as palavras-chave nesse processo. A construção de uma marca não é feita do dia para a noite. Menos ainda, a definição de um propósito. É preciso autoconhecimento, muito trabalho e foco.

Nesse momento, eu sei exatamente qual é o meu propósito e o que preciso fazer para me manter conectada a ele. Diariamente, apesar dos obstáculos e provações desse mundo, me disponho a realizá-lo. Não é fácil. Em determinadas situações dá vontade de jogar tudo para o alto e voltar ao senso comum, ao que é simples! Sempre que essa sensação aparece, lembro da atitude da Val Adolescente e a minha coragem volta. Nada mais forte e certeiro do que se inspirar na própria história.

 

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